Falha da reconstrução do ligamento cruzado anterior acontece quando o joelho operado volta a apresentar sintomas de instabilidade. Esta instabilidade pode ocorrer nas atividades de vida diária ou na prática esportiva. Segundo Harner, além dos sintomas de instabilidade, o exame físico mostra sinais de aumento da frouxidão e alterações no teste artrométrico com KT-1000 (1). Noyesconsidera falha de reconstrução do LCA quando o teste com o artrômetro KT-2000 mostra um deslocamento maior de 5 mm comparado ao joelho contralateral (2).
A ocorrência de atrofibrose também deve ser considerada uma falha da cirurgia de reconstrução do LCA, pois a falta ou a dificuldade de movimento é extremamente incapacitante e sintomática para o paciente, mesmo em atividades de vida diária.
As causas da falha da reconstrução devem ser corretamente identificadas para que a abordagem terapêutica seja correta. Podemos classificar as falhas em diversos grupos (3):
1- Falhas de técnica cirúrgica
2- Falhas biológicas
3- Falhas traumáticas
O objetivo do cirurgião na reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior é reproduzir a posição e a função do ligamento nativo da forma mais precisa possível. Para isso, deve-se conhecer a anatomia, a técnica cirúrgica e realizar um planejamento pré e pós-operatório para evitar a falha na reconstrução. Se esta ocorrer é preciso identificar sua causa, corrigir o posicionamento dos túneis ósseos se necessário e estar preparado para utilizar diferentes tipos de enxerto e métodos de fixação.
De acordo com a literatura a incidência de falha nas reconstruções do Ligamento Cruzado Anterior, varia de 3 a 22%(5). Fu acredita que a revisão pode ser considerada como procedimento de salvação com resultados limitados. A meta é proporcionar estabilidade funcional que permita o paciente retornar ao trabalho, atividades de vida diária e esportes recreacionais leves(12).
A revisão é uma cirurgia complexa. Não se deve criar falsa expectativa ao paciente. Uribe em uma análise de 54 pacientes submetidos a revisão do Ligamento Cruzado Anterior , observou que apenas 54% dos pacientes retornaram ao nível de atividade pré-lesão. Estes resultados são significantemente inferiores, aos resultados das reconstruções primarias, em que 95% dos pacientes retornaram ao mesmo nível de atividade pré-lesão(10). Safran e Harner reportam que 70% dos pacientes submetidos a revisão retornaram ao nível de função pré lesão.
Apesar dos resultados das revisões não reproduzirem os resultados das reconstruções primárias, a literatura recomenda que ela deva ser realizada para restaurar a estabilidade e função articular.

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